A alegria de assistir a um clássico como o dos times de futebol mossoroenses Potiguar e Baraúnas, ocorrido no último domingo, foi substituída por confusões, agressão e pessoas feridas. O capitão Maximiliano, responsável pelo policiamento ostensivo, desde as concentrações até a chegada dos torcedores no Estádio Professor Manoel Leonardo Nogueira, "Nogueirão", afirmou que os presidentes das torcidas organizadas serão responsabilizados pelos transtornos ocorridos entre os torcedores fanáticos, que desencadearam as brigas e deixaram feridos em ambas as torcidas.
De acordo com o capitão, na última sexta-feira, foi acertado em encontro com o presidente da Liga Desportiva Mossoroense (LDM), Pedro Teodoro, e dos presidentes das torcidas Império Vermelho e Fúria Jovem, qual deveria ser a postura dos torcedores nas concentrações e no estádio. "Eles foram avisados como deveriam se comportar. É certo que com a união de um grupo de torcedores, eles deixam de agir como unidade para atuarem como grupo e em caso de briga a violência se torna maior", declara o policial. O caso ocorrido entre as torcidas será encaminhado pela polícia para a Promotoria de Justiça.
Segundo as informações da polícia, os transtornos tiveram início quando no percurso uma das torcidas se negou a seguir pela rua João da Escóssia, havendo encontro entre os integrantes. Moradores da rua Frei Miguelinho que pediram para não ser identificados disseram que as cenas de agressão e violência eram chocantes. "Alguns pegaram pedras e paralelepípedos para jogar uns nos outros. Os jovens, nitidamente embriagados, trocaram murros como se estivessem diante de inimigos de guerra. É preocupante saber que nossos filhos e maridos estão saindo de casa para ir a espetáculos de terror como esse", completa a dona-de-casa e testemunha de um dos conflitos.
Além da briga ocorrida na rua Frei Miguelinho, nas imediações do Jucas Bar, a polícia informou que também existiram conflitos na entrada do estádio, onde mais duas pessoas saíram feridas. "A partir do momento que a polícia interveio intensivamente os conflitos tiveram fim. Dentro do estádio a polícia separou com bloqueios humanos as torcidas, conseguindo a tranqüilidade esperada pelos admiradores do esporte", declarou o responsável pelo policiamento no jogo.
A equipe de reportagem do O Mossoroense tentou entrar em contato com os presidentes das torcidas organizadas por celular, sem conseguir êxito.
Torcidas organizadas se apresentam com vandalismo, brigas e homofobia
As torcidas organizadas brigam entre si e vivem se provocando com frases agressivas e de cunho homofóbico. Além das gravações de músicas e paródias, os torcedores apresentam as mensagens em faixas e comunidades do Orkut (site de relacionamento), onde a violência é incitada. "Parece q os kra gelaro pro potigay!", diz uma comunidade do Baraúnas. Para os particpantes da "Potimanguaceros”, apresentar um “atestado de óbito de um Leão, além de participarem de um batismo na concentração de um dos jogos do time macho", sãocondições indispensáveis para os torcedores do Potiguar.
Isso, sem contar com os apelidos que remetem a posturas sexuais e os "torcedores" que se apresentam claramente como violentos, usando símbolos, armas e posições de briga, até declarações nas comunidades chamando os "adversários" para irem para a briga.
Uma comunidade de torcedores potiguares, intitulada de "POTIMANGUAÇA", se apresenta como uma "torcida não-organizada, formada por um grupo de amigos apreciadores de bebidas alcoólicas e que nas horas vagas são torcedores do time Potiguar de Mossoró". Para completar a lista de ações dos torcedores, está a divulgação do endereço da página de um radialista que é apresentado como o "profile do jornalista que acabou com o leão".
FONTE: O MOSSOROENSE DO DIA 13 DE MARÇO DE 2007 (TERÇA-FEIRA )
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