O médico e ex-deputado federal e estadual Pedro
Lucena morreu nesta segunda-feira (04/03/2019), em Natal, aos 97 anos. Ele
estava doente deste dezembro de 2017 com problemas renais e respiratórios, com
várias idas ao hospital durante esse período. Faleceu dormindo devido ao quadro
gravemente debilitado.
O ex-deputado era viúvo, deixa cinco filhos,
treze netos e nove bisnetos. Foi casado com Maria das Neves Andrade de Lucena,
Dona Nevinha, que teve uma atuação marcante na política do RN, como a primeira
mulher suplente no Senado do Brasil.
Nascido em Pirpirituba (PB), em 23 de outubro de
1921, Dr. Pedro Lucena mora na capital potiguar desde a década de 50. Foi
deputado estadual por duas legislaturas, de 1963 a 1970 e deputado federal por
três, de 1971 a 1982.
Aos dezessete anos, por iniciativa própria,
ingressou na Marinha como aprendiz de Marinheiro. Quando estourou a Segunda
Guerra Mundial, tinha apenas dezoito anos, e já como Marinheiro, participou
dela desde seu início até o final. Na Marinha, ocupou várias funções como
combatente, entre elas: telemetrista, artilheiro e chefe de canhão, telefonista
de combate, rádio telegrafista.
Na Câmara Federal ocupou o cargo de Presidente da
Comissão de Saúde e Suplente da Comissão de Serviço Público. A imprensa
nacional citou-o várias vezes como um dos melhores parlamentares da Câmara
Federal. Foi o autor de diversos projetos, destacando-se entre eles o projeto
contra o fumo, com o livreto “Os perigos do fumo”. Foi, ainda, autor dos projetos
da participação da mulher nas Forças Armadas e arborização intensa das cidades
com árvores frutíferas.
Antes de entrar para a política foi na medicina
que ele encontrou sua paixão. Formou-se pela Universidade Federal de Pernambuco
e foi médico dos correios e telégrafos. Também foi um dos pioneiros do corpo
docente da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
Como médico, escreveu seu primeiro livro “A
Medicina e a Bíblia” com cinco mil exemplares vendidos na primeira edição. Foi
na capital potiguar que ele conseguiu popularidade na medicina e era conhecido
como médico da pobreza. Nos últimos anos do curso de Medicina, foi convidado
por seu professor, o renomado dermatologista Jorge Lobo, para fazer estágio em
seu consultório, convidando-o também para trabalhar com ele como professor
assistente de dermatologia na Universidade Federal de Pernambuco. Foi também
designado pelo então governador Dinarte Mariz como chefe do Serviço de Lepra,
que funcionava no antigo Posto de Saúde da Junqueira Ayres.
Ainda trabalhando no Serviço de Lepra, foi
convidado pelo reitor Onofre Lopes para ser professor de dermatologia da
Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), tornando-se, assim, parte
do quadro docente de seus fundadores.
Adquiriu o primeiro aparelho de radioterapia em
consultório em Natal, tendo desta forma a oportunidade de curar muitas pessoas
de câncer de pele e várias dermatoses.
Foi convidado pelo então presidente dos Estados
Unidos, Gerald Ford, para participar do Encontro Internacional do Movimento de
Liderança Cristã do qual era membro, sendo recepcionado por ele com um café da
manhã.
Recebeu convite do embaixador da República
Federal da Alemanha, para uma visita neste país, ao Ministério da Juventude,
Família e Saúde da República Federal da Alemanha.
Também foi convidado pelo Governo da China, onde
visitou muitas indústrias e instituições educacionais em várias províncias.
Desde sua juventude, destacou-se como um cristão
autêntico e um estudioso assíduo da Palavra de Deus, o que veio a culminar com a
publicação do livro “A Medicina e a Bíblia” e no desempenho como palestrante
cristão-ecumênico, pautado na Palavra de Deus e na Medicina.
Em setembro de 2015, lançou seu último livro
contendo sua autobiografia: “Eu, Pedro Lucena – O homem é o que quer ser”.
FONTE – JORNAL DE FATO